Pesquisa mostra que os salários dos executivos do Sul tiveram incremento médio de 12% nas promoções recentes

O apagão de talentos com competências gerenciais no mundo corporativo tem feito as empresas abrirem o bolso na hora de negociar os pacotes de remuneração com profissionais que têm experiência e domínio da função. Uma pesquisa da Fesa – empresa multinacional de recrutamento de executivos – apontou um incremento médio de 12% nos salários dos executivos da Região Sul e de 17% no pacote de remuneração anual. Os dados se referem exclusivamente aos setores de bens de consumo, serviços financeiros e indústria, que mais movimentam a Fesa Sul, com sede em Curitiba.

Na média mensal, o maior incremento está no setor de energia (19%), seguido pela indústria (16%), bens de consumo (14%), alta tecnologia (9%), mercado financeiro (8%) e setor farmacêutico e biotecnológico (8%). Porém, mais que um bom salário mensal, os executivos que ocupam cargos de liderança em grandes empresas estão interessados no pacote anual de benefícios, que inclui a remuneração variável. Nesse quesito, o levantamento aponta que os melhores pacotes da Região Sul são pagos pelo setor de serviços financeiros (24%), bens de consumo (16%), indústria (11%) e energia (4%). No Brasil, o setor de tecnologia liderou o ranking com 44% a mais no pacote anual.

Embora seja considerado bom, o pacote médio anual da Região Sul está abaixo da média brasileira, que atingiu 28% no primeiro semestre deste ano. “O Sul ainda é mais conservador quando se trata do incremento salarial dos altos executivos, mas as empresas estão percebendo na prática a necessidade desse mecanismo para atrair e, principalmente, reter esses profissionais”, ressalta o diretor da Fesa Curitiba, Christiano de Oliveira.

O pacote de remuneração anual costuma incluir benefícios atrelados ao cumprimento de metas e, em alguns casos, planos de ações usados como instrumentos de remuneração variável. Essa foi a estratégia utilizada pelo empresário Afonso Borgonovo, proprietário da Gauss, para tentar fidelizar o CEO da empresa. Com três anos de casa e um incremento de cerca de 40% no salário fixo, o profissional possui 2,4% de participação nas ações da empresa e 0,8% ao ano, sempre que a empresa atingir 10% de lucro.

Além da grande demanda, outro fator vem contribuindo para elevar os salários dos executivos que atuam nas empresas do Sul: a profissionalização das empresas familiares. Diante do crescimento e da necessidade de expandir a atuação ou abrir capital, essas companhias precisam buscar executivos no mercado, onde o preço é alto, explica o coordenador do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) Paraná, Márcio Kaiser. “Um bom pacote de remuneração variável é o ponto de partida em qualquer negociação”, ressalta. Kaiser destaca também a política de salários das multinacionais instaladas na região, que tem contribuído para elevar a média salarial do mercado.
Publicado em 24/10/2012
Fonte: Site Gazeta do Povo

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